Na era do conhecimento as organizações deixam de existir no sentido tradicional
da palavra, cada uma sendo tão diferente da outra como uma refinaria de petróleo
é diferente de uma catedral.
As empresas têm que rever a sua base de custos tradicional, para uma base de
controle ativo que marca o custo total do processo de fornecer um produto ou
serviço. Analisando inclusive o custo total da sua cadeia econômica que abrange
todas as empresas que contribuíram para a manufatura do produto ou serviço final.
A mudança de paradigmas entre "o custo determina o preço" para a do "preço -
que o mercado está disposto a pagar - determina o custo", força as empresas
a estudarem o custo de suas cadeias econômicas.
Para uma empresa ter uma estratégia vencedora ela precisa de informações sobre:
os acontecimentos e condições de fora da organização, os não clientes, sobre
os mercados não atendidos e tecnologias utilizadas no momento pela empresa e
concorrentes.
Com estas informações a empresa decide como alocar os seus recursos de conhecimento
para gerar a maior receita possível, e só assim tem condições de se preparar
para os novos acontecimentos e para os desafios gerados por mudanças repentinas
na economia mundial, na natureza e no conteúdo do próprio conhecimento, como
provam os acontecimentos de 11 de setembro último.
Atualmente empresas grandes e bem sucedidas se encontram em uma situação de
frustração e estagnação próximas às crises. E quais são os reais motivos que
as trouxeram até este ponto? Não, o principal problema não está na maneira de
como as coisas estão sendo feitas, mas sim em seus modelos de negócios
Os modelos de negócios são fundamentados nas bases em que as empresas foram
construídas direcionando as suas decisões. Mas estas não estão adequadas a realidade
atual e acabam não apresentando mais os resultados significativos que as organizações
devem alcançar para garantir a sua existência.
Essas organizações têm que passar do modelo da ópera para o modelo do jazz;
hoje o maestro reúne um número grande de grupos diferentes para reger uma ópera
seguindo uma partitura. Mas as necessidades atuais estão ligadas a flexibilidade
e agilidade que só podem ser obtidas com um grupo capaz de improvisar a partitura
durante o espetáculo como um grupo de 7 ou 9 jazzistas.
Outra regra que deve ser lembrada é que organizações são constituídas de seres
humanos, que a princípio pode parecer óbvio mas a maioria das decisões tomadas
rapidamente nas empresas diz respeito a como e onde utilizar as pessoas. Cada
indivíduo tem qualidades e uma infinidade de fraquezas, as empresas têm que
colocar as pessoas em funções onde poderão produzir e procurar detectar cuidadosamente
estas habilidades, posicionando o funcionário em uma área que ele obtenha o
máximo de rendimento.
Mas é preciso destacar que as pessoas não criam mais laços afetivos no trabalho,
porque temem perder o seu emprego para as pessoas que trabalham ao seu lado,
já que não sabem que funções estão atribuídas ao colega. Esta falha deve ser
corrigida através da verdadeira reengenharia que consiste na distribuição e
compartilhamento de informações.
Uma das regras que as empresas precisam seguir para obter o máximo desempenho
do funcionário e deixar ele confiante no que está fazendo e nos ideais da empresa.
E esta confiança pode ser conquistada através de simples perguntas: Como posso
ajudar você? e Como posso levá-lo a contribuir mais para o sucesso da empresa?.
Tendências de Mercado - O Futuro a Deus Pertence
A teoria de que a empresa tem que ser voltada para o cliente que está em moda
agora existe há mais de 40 anos. Mas o conceito que deve ser utilizado hoje
é o da empresa voltada para o cliente e para o não cliente, não espere quarenta
anos para começar a pensar nesta teoria.
Grandes lojas de departamento que davam grande atenção ao cliente tinham milhares
de nomes cadastrados em seus bancos de dado não existem mais ou tem poucas probabilidades
de sobreviver. Estas empresas não observaram as mudanças de comportamento ocorridas
na sociedade, como a entrada, em grande escala, da mulher no mercado de trabalho.
As mulheres hoje em dia são bem diferentes daquelas clientes fiéis que as lojas
costumavam ter e dar grande atenção.
Portanto num período como este precisamos conhecer o mercado em que estamos
atuando, e não atender somente nosso cliente, devemos perceber as tendências
do mercado para garantir a continuidade das empresas.
Porém fazer previsões é loucura porque o futuro nos reserva algumas surpresas,
e a maioria delas deve estar ligada a algumas regiões críticas como o ex-Império
Russo, a China e a Índia, a Europa Oriental, a América do Sul. Juntos essas
regiões representam mais da metade da humanidade, e a única coisa que pode ser
antecipada racionalmente e que serão tempos de incerteza e turbulência.
Outro grande fator de influência no futuro é o fato de que os países desenvolvidos
estão "diminuindo" ; a população destes países tende a envelhecer cada vez mais
e este fator resultará numa grande perda quantitativa de força de trabalho,
que só poderá ser compensada com o crescimento qualitativo.
O crescimento econômico destes países não poderá ser mais proveniente do aumento
de trabalhadores ou de demanda, ele só será viável a partir de um aumento sensível
e contínuo da produtividade do conhecimento, que não será o único fator competitivo
na economia mundial, mas decisivo para a maioria dos setores econômicos dos
países desenvolvidos.
Quatro conselhos para administrar uma empresa num ambiente de incerteza
A cada tempo deve-se analisar os seus processos como se você não conhecesse.
Fazendo as seguintes perguntas: Se tivéssemos de começar a fabricar isso hoje,
como faríamos? Seria do mesmo modo?
Mudanças frequentes não contradizem melhoramentos contínuos. Os serviços ao
cliente tem de melhorar todo dia.
Aposte no sucesso. O que está dando certo continue a fazer; colocar gente de
talento para trabalhar nas coisas que estão dando errado é desperdiçar o pessoal
de maior potencial.
Mantenha um sistema de recompensas e promoções para idéias novas e para oportunidades
concretizadas.