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A NOVA ORDEM INTERNET

Em artigo publicado recentemente no jornal francês Le Monde Diplomatique, o jornalista Ignacio Ramonet analisa brevemente as discussões ocorridas na primeira Cúpula Mundial Sobre a Sociedade da Informação, organizada pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) a pedido da ONU.

Em um evento cuja magnitude poderia ser comparada a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, Ramonet, fazendo referência às grandes transformações sociais, culturais e econômicas propiciadas pelas novas tecnologias da informação fala de uma “nova ordem internet”, que foi, mais precisamente, descrita na memorável trilogia de Manuel Castells, “A era da informação: economia, sociedade e cultura”, como o “novo paradigma da tecnologia da informação”.

Estiveram presentes na Cúpula representantes tanto dos países ricos, como dos países pobres, e as várias propostas apresentadas para a redução do fosso norte-sul para a diminuição do que se convencionou chamar de exclusão digital, esbarraram na possível necessidade de repasses financeiros dos países ricos para os países pobres.

Foram discutidas questões relativas ao autoritarismo em suas duas vertentes: a possibilidade de estados autoritários se apropriarem das novas tecnologias da informação como um mecanismo de controle e opressão, e o exclusivo controle norte-americano dos mecanismos de gestão da internet, discussão que poderia ter incluído em sua pauta, o projeto norte-americano de controle de informações sobre seus cidadãos pós “onze de setembro”, jocosamente conhecido como “Grande Irmão”, numa referência à obra “futurista” de George Orwell, 1984.

No relato de Ramonet sobre a Cúpula, mais do que as questões relativas à nova sociedade da informação, chamou-nos a atenção que a internet tem feito emergir na verdade questões políticas, econômicas e culturais antigas sob uma nova roupagem, e propostas equivocadas, como o projeto apresentado pelo professor Pierre Lévy, da Universidade de Ottawa, em congresso realizado em 2003 em São Paulo, do desenvolvimento de uma nova língua universal (uma reminiscência do esperanto!?), cibernética, icônica, projeto ao qual contraporíamos as observações do Professor Roger Chartier da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris: “a busca de um idioma universal é uma idéia inútil, já que o mundo está constituído por uma irredutível diversidade de lugares, coisas, indivíduos e línguas”.

José Luís Scurachio Machado é mestrando em educação pela Universidade São Francisco, e professor nos cursos de administração de empresas da Universidade São Francisco e Faculdades Oswaldo Cruz.

 
   


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